Cirurgia Bariátrica

A obesidade é uma das doenças mais frequentes, sendo considerada um dos maiores problemas de saúde pública na atualidade. A sua incidência está aumentando em proporções assustadoras nos últimos anos. 

 O método mais usado para o diagnóstico de obesidade é através do cálculo do índice de massa corpórea (IMC), e a sua intensidade pode ser estabelecida conforme tabela abaixo.

 

Seu IMC é

VEJA A INTERPRETAÇÃO DO IMC
Classificação IMC
NORMAL18,5 — 24,9
Sobrepeso25,0 — 29,9
Obesidade grau 1 (leve)30,0 — 34,9
Obesidade grau 2 (moderada)35,0 — 39,9
Obesidade grau 3 (mórbida)≥ 40,0

Se você é obeso, possui um risco aumentado de desenvolver doenças como:

  • Doenças do coração e da circulação, como infarto, derrame e pressão alta; 
  • Diabetes tipo 2;
  • Colesterol alto; 
  • Doenças do aparelho digestivo, como pedra na vesícula e doença do refluxo gastroesofágico;
  • Doenças da coluna e articulações; 
  • Infertilidade e disfunções sexuais;
  • Câncer;
  • Apneia do sono (distúrbio da respiração durante a noite);
  • Doença hepática gordurosa (esteatose hepática) e cirrose;
  • Risco aumentado de morte prematura.

 

Por que realizar cirurgia para o tratamento da obesidade?

 Muitas vezes, você se vê lutando com seu peso e sentindo como se estivesse preso a um ciclo de ganho de peso? Além disso, você provavelmente já tentou várias dietas para no final ver o seu peso continuar aumentando?

    O fato é que mais de 95% das pessoas que fazem parte de programas não cirúrgicos falham em alcançar e manter um controle significativo do peso por um longo período de tempo.

    Sabe-se hoje que a cirurgia bariátrica é o tratamento mais eficaz para a perda de peso e, principalmente, para a manutenção do peso perdido quando se trata de casos graves de obesidade (com IMC > 40) ou quando a obesidade (com IMC > 35) já traz complicações metabólicas, osteoarticulares ou psicossociais, causando doenças como: diabetes, hipertensão arterial, distúrbios de colesterol, gordura no fígado (esteatose hepática/esteatohepatite), transtornos do sono, infertilidade, artrose de joelhos e coluna, hérnias de disco, estigmatização social, dentre outros. 

    Está indicada nos casos em que a pessoa tem uma história de longa data quando se trata de lutar contra o peso, tendo se submetido a múltiplas tentativas de tratamentos para emagrecer, porém, sem alcançar o sucesso esperado. 

 

Como a cirurgia bariátrica funciona?

A cirurgia bariátrica, como o bypass gástrico e a gastrectomia vertical (Sleeve), funciona alterando a anatomia do trato gastrointestinal (estômago e sistema digestivo) e causando diferentes alterações fisiológicas no corpo, que alteram o equilíbrio energético e o metabolismo da gordura. Ao alterar sua anatomia gastrointestinal, certos procedimentos bariátricos afetam a produção de hormônios intestinais de uma maneira que reduz a fome, o apetite e aumenta a sensação de plenitude (saciedade). O resultado final é a redução no desejo e na frequência de comer. Independentemente de qual procedimento de cirurgia bariátrica você e o seu cirurgião decidirem ser o mais adequado para o seu caso, é importante lembrar que a cirurgia bariátrica é uma “ferramenta”. A operação não cura a obesidade, e sim contribui para a perda de peso. O sucesso do tratamento cirúrgico depende de absoluta cooperação e dedicação em seguir as orientações da equipe multidisciplinar durante o preparo pré-cirúrgico e acompanhamento pós-operatório.

 

Sucesso duradouro na perda de peso

As cirurgias bariátricas resultam em sucesso a longo prazo na perda de peso. A maioria dos estudos demonstra que mais de 90% dos indivíduos afetados pela obesidade grave conseguem manter a perda adequada do excesso de peso após cirurgia bariátrica. 

    Existem histórias de reganho de peso após a cirurgia ou até mesmo complicações deste procedimento, que podem ser minimizadas quando fazemos o preparo e acompanhamento de forma séria e comprometida. A cirurgia bariátrica é uma “ferramenta” útil para ajudá-lo a quebrar o ciclo vicioso de ganho de peso e a alcançar a perda de peso a longo prazo, além de melhorar sua saúde e qualidade de vida.

 

Melhora/cura de doenças coexistentes

A cirurgia bariátrica está associada à perda maciça de peso e melhora, ou mesmo cura, das comorbidades relacionadas à obesidade na maioria dos pacientes. Essas comorbidades incluem diabetes mellitus tipo 2, pressão alta, colesterol elevado, doença hepática gordurosa, doença do refluxo gastroesofágico, estase venosa, apneia do sono, asma, artrite, incontinência de esforço urinário, infertilidade e muito mais.

 

Ganhos em Longevidade

Grandes estudos populacionais descobriram que indivíduos afetados por obesidade severa que fizeram cirurgia bariátrica têm um risco menor de morte do que indivíduos afetados por obesidade que não fizeram a cirurgia. Um desses estudos encontrou uma redução de até 89% na mortalidade ao longo de um período de observação de cinco anos para indivíduos que fizeram cirurgia bariátrica, quando comparados aos que não fizeram.

 

Segurança

Durante a última década, a cirurgia da obesidade tem sido continuamente aperfeiçoada para melhorar resultados e minimizar riscos.

    Atualmente, a taxa de mortalidade da cirurgia bariátrica (3 em 1000) é semelhante à da remoção da vesícula biliar e consideravelmente menor que de uma cirurgia de quadril. A taxa de mortalidade extremamente baixa da cirurgia bariátrica é bastante notável, considerando que a maioria dos pacientes afetados por obesidade severa possui problemas de saúde e, algumas vezes, doenças com risco de vida no momento da cirurgia. Portanto, a cirurgia é segura e seus benefícios excedem em muito os riscos.

 

Mudanças na qualidade de vida e estado psicólogo

Além de melhorias na saúde e longevidade, a perda cirúrgica de peso melhora a qualidade de vida geral. As medidas de qualidade de vida que são afetadas positivamente pela cirurgia bariátrica incluem funções físicas como mobilidade, autoestima, trabalho, interações sociais e função sexual. A individualidade é significativamente reduzida, assim como o desemprego e a incapacidade. Além disso, a depressão e a ansiedade são reduzidas significativamente após a cirurgia bariátrica.

 

O que devo esperar do tratamento cirúrgico

O principal objetivo do tratamento cirúrgico é ajudá-lo a perder peso e proporcionar uma boa qualidade de vida, com redução significativa do risco de complicações, inclusive de morte. 

    A maioria dos pacientes perde 50-80% do seu excesso de peso. A perda de peso é muito acentuada nos primeiros meses, sendo depois mais gradativa e geralmente você atingirá o seu menor peso cerca de 1 ano a 1 ano e meio após a operação. Seguindo as orientações pós-operatórias da sua equipe multidisciplinar, a maioria dos pacientes reganha pouco peso nos próximos anos após a cirurgia. O gráfico abaixo mostra a evolução do seu peso após a operação.

 

Curva de perda de peso após tratamento cirúrgico

Curva de perda de peso após tratamento cirúrgico 

    É importante você saber que a sua participação é fundamental para o sucesso da operação! Você precisará modificar os seus hábitos alimentares e o seu estilo de vida no pós-operatório para o resto da sua vida, para que o procedimento tenha um sucesso duradouro. 

    É importante você saber que a obesidade é uma doença heterogênea e que a resposta a cirurgia varia de pessoa para pessoa. A quantidade de peso que um paciente perde após o procedimento depende de vários fatores, entre eles:

  • Idade 
  • Peso antes da cirurgia
  • Condição geral de saúde 
  • Capacidade de fazer exercícios físicos
  • Compromisso de manter as instruções relativas a dieta e outros cuidados
  • Motivação e cooperação da família e amigos 

    Independente da técnica que for decidida pelo seu médico e você, é importante ter expectativas realistas.

 

Procedimentos bariátricos

Os procedimentos cirúrgicos bariátricos causam perda de peso, restringindo a quantidade de alimento que o estômago pode conter, causando má absorção de nutrientes ou uma combinação de restrição gástrica e má absorção. Os procedimentos bariátricos também costumam causar alterações hormonais. Hoje, a maioria das cirurgias bariátricas é realizada usando técnicas minimamente invasivas (cirurgia laparoscópica ou robótica), o que aumenta a segurança e permite uma recuperação mais rápida.

 

    Os procedimentos bariátricos mais comuns são o Bypass Gástrico, Gastrectomia vertical (Sleeve) e o Desvio biliopancreático com desvio duodenal. Cada procedimento possui suas vantagens e desvantagens.

Bypass gástrico em y de Roux (Bypass)

    O Bypass Gástrico em Y de Roux (geralmente chamado de Bypass) é considerado o “padrão ouro” da cirurgia para a obesidade. Existem dois componentes para o procedimento. Primeiro, uma pequena bolsa estomacal, com aproximadamente 30 a 50 ml de volume, é criada dividindo a parte superior do estômago do resto do estômago, o que restringe a quantidade de alimento capaz de ser consumido. Em seguida, uma parte do intestino delgado é desviado, retardando a mistura do alimento com os sucos digestivos para evitar a absorção calórica de maneira completa. O Bypass funciona por vários mecanismos. Primeiramente por uma restrição gástrica e desvio intestinal, reduzindo absorção de calorias e nutrientes. E ainda mais importante, o redirecionamento do fluxo de alimentos produz alterações nos hormônios intestinais que promovem a saciedade, suprimem a fome e revertem um dos principais mecanismos pelos quais a obesidade induz o diabetes tipo 2.

Vantagens

Produz perda significativa de peso a longo prazo (perda de peso excessiva de 60 a 80%).

É um procedimento reversível.

Desvantagens

É tecnicamente uma operação mais complexa que a Gastrectomia Vertical (Sleeve) e teoricamente pode resultar em maiores taxas de complicações. Porém, essa diferença não é relevante para cirurgiões com experiência em ambas as técnicas.

Pode levar a deficiências de vitaminas/minerais a longo prazo, particularmente déficits de vitamina B12, ferro, cálcio e ácido fólico.

Ocorrência de Síndrome de Dumping.

Requer adesão às recomendações alimentares, suplementação vitamínica/mineral ao longo da vida e conformidade com o acompanhamento.

GASTRECTOMIA VERTICAL (SLEEVE)

  

    A gastrectomia vertical (geralmente chamada de Sleeve) é realizada removendo aproximadamente 80% do estômago. O estômago restante é uma bolsa tubular que se assemelha a uma banana. 

    Este procedimento funciona pela redução da capacidade do estômago, o que ajuda a reduzir significativamente a quantidade de comida, portanto, de calorias que pode ser consumida. No entanto, o maior impacto parece ser o efeito que a cirurgia exerce sobre os hormônios intestinais que afetam vários fatores, incluindo fome, saciedade e controle de açúcar no sangue.

    Resultados de curto prazo mostram que o Sleeve é tão eficaz quanto o Bypass Gástrico em termos de perda de peso, porém a longo prazo existe uma tendência a um maior reganho de peso com o Sleeve. Existem evidências que o Sleeve é eficaz na melhora do Diabetes Tipo 2, porém, o Bypass Gástrico se mostrou uma cirurgia mais eficaz para esse fim.

Vantagens

Do ponto de vista técnico, é de fácil realização e as taxas de complicações são um pouco menores que as do Bypass.

Perda de peso > 50% para dados de mais de 3-5 anos.

Não requer desvio ou redirecionamento do fluxo de alimentos.

Pode ser convertida para o Bypass ou a derivação biliopancreática.

Desvantagens

É um procedimento não reversível.

Tem potencial para deficiências vitamínicas a longo prazo.

Derivação biliopancreática com desvio duodenal (Duodenal Switch)

 

    O desvio biliopancreático com desvio duodenal (conhecido como Duodenal Switch) é um procedimento pouco utilizado, sendo indicado eventualmente em pacientes super obesos (IMC > 50). Ela possui dois componentes. Primeiro, uma bolsa estomacal tubular menor é criada pela remoção de uma porção do estômago, muito semelhante à gastrectomia vertical. Em seguida, uma grande parte do intestino delgado é contornada. Combina um nível de restrição menor com alto grau de disabsorção. A maior parte do intestino delgado é desviada, causando um alto grau de não absorção de alimentos. Isso resulta em uma diminuição significativa na absorção de calorias e nutrientes, principalmente proteínas e gorduras. Essa técnica afeta os hormônios intestinais de uma maneira que afeta a fome e a saciedade, além do controle do açúcar no sangue. É considerada a cirurgia mais eficaz para o tratamento do diabetes entre as descritas aqui.

Vantagens

Resulta em maior perda de peso que o Bypass e o Sleeve, ou seja, 60 a 90% de perda de peso excedente ou superior, após 5 anos de acompanhamento.

Permite que os pacientes comam perto de refeições “normais”.

Desvantagens

Apresenta taxas de complicações mais altas que o Bypass e o Sleeve.

Tem um potencial maior de causar deficiências de proteínas e diversas vitaminas e minerais, como ferro, cálcio, zinco e vitaminas lipossolúveis, como a vitamina D.

Complicações

    É preciso ficar claro que as operações bariátricas podem ser extremamente valiosas e efetivas para ajudá-lo a perder peso, mas elas não estão livres de complicações. O risco de complicações depende de vários fatores, entre eles da idade e grau de obesidade do paciente, assim como do procedimento utilizado. As principais complicações incluem fístula (vazamento do conteúdo do estômago ou intestino para a cavidade abdominal ou pele), sangramentos, infecção, hérnia, trombose venosa e embolia pulmonar (coágulo de sangue no pulmão), estreitamento da passagem pelo estômago, distúrbios nutricionais e metabólicos e alterações psicológicas. A mortalidade (chance de morrer) é de cerca de 0,3%. Entretanto, é importante reafirmar que os benefícios da cirurgia bariátrica excedem em muito os riscos.

 

Preparando-se para a cirurgia

    Independente do tipo de procedimento que você for submetido, é importante que você inicie o seu novo estilo de vida já no pré-operatório para que possa ter uma transição mais fácil e suave para o período pós-operatório. Você deve entender e concordar com as necessidades dietéticas e de exercícios físicos no pós-operatório.

    As modificações realizadas em seu trato gastrointestinal pela cirurgia requerem mudanças permanentes em seus hábitos alimentares. Converse com a sua equipe para entender quais mudanças você deverá fazer na sua rotina diária para garantir o sucesso na cirurgia.

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 

O período antes da cirurgia é um momento muito importante para o paciente, pois é justamente nesse momento que as mudanças de hábitos alimentares e comportamentais devem acontecer. Você deve estar consciente das mudanças que irão ocorrer no seu organismo e por isso, o tratamento deve ser realizado com a equipe multidisciplinar. 

As consultas nutricionais que antecedem a cirurgia lhe ajudarão a compreender a importância da alimentação balanceada de forma a evitar problemas no pós-operatório. Os erros alimentares deverão ser corrigidos antes da cirurgia para que você prepare seu organismo para o momento cirúrgico e também para facilitar sua adesão aos novos hábitos alimentares após a cirurgia e para toda a vida.

A alimentação, além da suplementação no pós-operatório imediato passa por fases muito importantes que deverão ser seguidas à risca por você para que se possa evitar possíveis desconfortos.

O pós-operatório, independente da técnica realizada, passa por 4 fases de dieta com duração de 6 semanas. São elas: dieta líquida, dieta semilíquida, dieta pastosa e dieta branda. Após essas fases, você receberá orientações importantes quanto à sua evolução e como deverão ser os hábitos alimentares após a cirurgia bariátrica.

Cada fase é necessária e obrigatória para que não haja problemas e complicações.

Durante as consultas, você receberá material completo, informativo, educativo e personalizado, para ajudar na condução do tratamento e do processo de educação nutricional e mudanças no comportamento alimentar.

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

 

    Embora menos disseminado que o procedimento cirúrgico, o acompanhamento psicológico anterior e posterior às cirurgias bariátricas é fundamental para o sucesso deste tipo de intervenção.

    A participação do psicólogo no processo inicia-se logo após a indicação cirúrgica, quando é feita uma avaliação psicológica, através da qual o psicólogo consegue compreender e concluir o diagnóstico, fazer prognóstico, encaminhamentos, oferecer orientações e assim proporcionar possibilidades de crescimento, reflexão e preparação para as cirurgias bariátricas, não só para os pacientes, mas também para seus familiares e junto à equipe multidisciplinar. Assim, vemos que o objetivo da avaliação psicológica não é, de modo algum, impedir que você realize a cirurgia, mas sim possibilitar que esta seja realizada com segurança afetiva.

    Para que seja bem-sucedida, a cirurgia bariátrica demanda uma total mudança nos hábitos alimentares e na maneira como você se relaciona com a comida. Já no pré-cirúrgico, faz-se necessário que você aprenda a ganhar controle sobre os seus impulsos, não atacando a comida como forma de resolver ou compensar seus problemas emocionais. Deve entender, ainda, que o alimento não representa sua fonte única de prazer.

    Desde a fase pré-cirúrgica, outra reflexão fundamental a ser implementada é o seu engajamento no processo de emagrecimento. A equipe multidisciplinar presta apoio constante em todas as fases do processo, mas o principal agente desta transformação é VOCÊ. Não existe a possibilidade de “ser emagrecido” magicamente.

    Para alcançar a sua meta de resgatar a saúde através do emagrecimento, todo um repertório de novos comportamentos terá que ser introduzido em sua rotina diária: avaliar a qualidade e quantidade dos alimentos ingeridos, praticar exercícios físicos de sua preferência, atenção plena no ato de comer, entre tantas outras novidades em sua vida. A ajuda psicológica, sem dúvida, lhe tornará mais fácil promover estas mudanças de comportamento necessárias. Que tal começar hoje?

    No pós-cirúrgico, o suporte psicológico facilitará a forma com que você se habituará a tantas diferenças. A sua mente talvez não acompanhe a velocidade com que muitas transformações corporais se processarão, deixando-o confuso até mesmo com relação à sua numeração de manequim. O corpo, rejeitado e até mesmo agredido, ganhará um outro significado. Aceitar e manter saudável este novo corpo torna-se um novo desafio.

    Ressaltamos que este acompanhamento multidisciplinar é de suma importância e deve ser vitalício, uma vez que a obesidade é uma doença crônica. Controlável, mas sem cura definitiva. Desta maneira, mantenha contato constante com sua equipe. Estamos disponíveis em todas as fases do seu novo projeto existencial e, o mais importante: não apenas para acompanharmos sucessos mas, principalmente, para prestarmos apoio e ajudá-lo nas dificuldades.

AVALIAÇÃO CLÍNICA/ENDOCRINOLÓGICA 

    Uma avaliação clínica/endocrinológica inicial é essencial para rastrear possíveis doenças associadas à obesidade, doenças causadoras de obesidade e transtornos alimentares. Exames de pré-operatório iniciais serão avaliados e exames complementares adicionais serão solicitados caso seja evidenciada alguma anormalidade. Havendo necessidade de algum tratamento, mais consultas serão agendadas até a liberação para a cirurgia, com o máximo de segurança para o procedimento. Lembrem-se! O acompanhamento clínico pós-operatório é fundamental.

 

Gravidez e anticoncepção

    Você deve utilizar um método anticoncepcional antes da cirurgia. A recomendação atual é que você utilize um método de contracepção reversível de longa duração como o  DIU de cobre, DIU hormonal ou o implante contraceptivo. O uso de camisinha com espermicida em todos os intercursos sexuais pode ser uma última alternativa.

    A pílula anticoncepcional aumenta o risco de trombose e deverá ser suspensa 4 semanas antes da cirurgia e substituída por outro método. 

    Se a sua cirurgia for um Sleeve, o uso de pílula anticoncepcional após 6 semanas de operada é considerado seguro. Entretanto, em relação ao Bypass não existem dados que atestam a segurança anticoncepcional da pílula. Portanto, previna-se! A cirurgia pode aumentar muito a fertilidade.

    O tempo mínimo considerado seguro para engravidar após a cirurgia é de 18 meses.

 

Bebida alcoólica e cigarro

O uso de bebida alcoólica poderá ser feito com extrema cautela após 12 meses de operado.   

    O cigarro deve ser interrompido no mínimo 6 semanas antes da cirurgia. O seu novo estilo de vida adotado após a cirurgia, não deverá incluir mais o tabagismo.

    Atenção! A bebida alcoólica e o cigarro aumentam o risco de formação de úlceras, o que pode levar a graves complicações.

 

Medicamentos a serem evitados

    O paciente operado deve evitar para sempre o uso de anti-inflamatórios, corticóides e cafeína. 

 

Cronograma pré-operatório

  1. COM CIRURGIÃO: Em média 2 consultas. Na primeira consulta será feita a avaliação inicial, apresentação do nosso programa e entrega de material para conscientização sobre a cirurgia. Exames de pré-operatório serão solicitados. Na segunda, realizada com a presença de um familiar, serão dadas as explicações sobre a cirurgia, avaliação dos exames realizados, seleção da técnica que o paciente será submetido e pré-agendamento do procedimento cirúrgico.
  2. COM CLÍNICO/ENDOCRINOLOGISTA: Em média 2 consultas, para rastreamento  de doenças e preparo para cirurgia.
  3. COM NUTRICIONISTA: Em média 2 consultas, para avaliação e orientação nutricional.
  4. COM PSICÓLOGA: Em média 2 consultas, para avaliação psicológica. É solicitado a presença de um familiar em uma das consultas.

 

Recuperando-se da cirurgia

    No hospital, a equipe que cuidará de você deve incluir não apenas os cirurgiões e anestesistas, mas também outros profissionais como clínicos, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos.

    Você provavelmente vai permanecer internado entre 24 a 48h, podendo variar.

A dieta imediata será líquida e monitorada. Você será encorajado a caminhar no mesmo dia ou no dia seguinte à sua cirurgia.

    Sua habilidade de retomar as atividades diárias normais vai variar de acordo com a sua condição física e com a natureza da atividade que você desenvolve. Muitos pacientes retomam suas atividades normais com 4 semanas da cirurgia, em média, podendo variar.

Prepare-se para iniciar um programa de atividade física a partir de 30 dias de operado!

Cronograma pós-operatório

  1. COM CIRURGIÃO: Consulta entre 08-15 dias, 3 meses, 6 meses, 1 ano, 18 meses e 2 anos. Após 2 anos de operado, consultas apenas conforme a necessidade.
  2. COM CLÍNICO/ENDOCRINOLOGISTA: Consulta com 6 semanas, 3 meses, 6 meses, 9 meses e 12 meses. A partir do 2º ano de pós-operatório, consultas de 6 em 6 meses, podendo variar dependendo da necessidade.
  3. COM NUTRICIONISTA: Consulta com 6 semanas, 3 meses, 6 meses, 9 meses e 12 meses. A partir do 2º ano de pós-operatório, consultas de 6 em 6 meses, podendo variar de acordo com a necessidade do paciente.
  4.   COM PSICÓLOGA: Consulta com 6 semanas, 3 meses, 6 meses e 12 meses. A partir do 2º ano de pós-operatório, consultas de 6 em 6 meses, podendo variar de acordo com a necessidade do paciente.

 

Equipe Multidisciplinar Integrare

 

Nutricionistas: Fernanda Mattos e Viviam Coimbra
Psicóloga: Nancy da Costa Ferreira